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O Centro Municipal de Referência em Educação Aluízio Alves (Cemure) foi palco, na noite da terça-feira (08), do seminário de encerramento “Boas Práticas no Território de Natal”, iniciativa promovida pela Secretaria Municipal de Educação de Natal, com o objetivo de socializar práticas exitosas dos profissionais envolvidos com a alfabetização das crianças, no âmbito do Programa de Alfabetização na Rede Municipal - ProAlfa Natal.
O evento reuniu professores, coordenadores pedagógicos, gestores escolares e equipe técnica da SME e escolas estaduais, em uma programação marcada por apresentações culturais, relatos de experiências e exposições de materiais produzidos ao longo das trilhas formativas do programa. Nos corredores do Cemure, os participantes conferiram banners com relatos de experiências pedagógicas e os “livros da vida” desenvolvidos nas formações, revelando o impacto das ações formativas na prática docente.
A abertura do seminário contou com a participação musical do sanfoneiro Reinaldo Júnior, seguida da leitura do estudante Luiz Gustavo Varela da Silva, de oito anos, do 2º ano da Escola Municipal Professora Zeneide Igino de Moura. Representando os estudantes da rede municipal, Luiz Gustavo leu um trecho da obra Jogo da Fantasia, do autor Elias José, encantando o público presente.
Representando o secretário municipal de Educação, Aldo Fernandes, a secretária adjunta de Gestão Pedagógica, Naire Capistrano, destacou o papel da alfabetização. “É conquistar a leitura. No momento em que se aprende a ler e escrever, descortina-se o mundo, e é esse mundo que dá acesso a muitas possibilidades. Os trabalhos apresentados terão continuidade nas escolas, gerando desdobramentos que impactarão diretamente nossos estudantes. Essa rede que se forma e se fortalece reforça nossa crença de que podemos melhorar a educação em Natal e em todo o Rio Grande do Norte. Este é o nosso compromisso", reforçou.
Também presente ao seminário, o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime/RN), Petrúcio Ferreira, reforçou a importância do trabalho colaborativo nas redes educacionais. “Se não estimularmos a conectividade entre nossas redes e não enxergarmos nossas crianças como filhos e filhas, não conseguiremos transformar realidades. A aprendizagem precisa ser personalizada, respeitando o tempo e o ritmo de cada estudante, e sempre com a melhor educação como objetivo", declarou.
Durante o seminário, coordenado pela articuladora municipal do território Natal, professora e assessora pedagógica Régia Maria Silvestre, foi a mediadora junto aos educadores de diferentes trilhas que compartilharam relatos de vivências profissionais. Representando a Trilha Formativa de Gestores e Equipe Técnica, a diretora pedagógica da Escola Municipal São José, Luciliana de Oliveira Barros da Silva, apresentou o tema “A inclusão escolar, entre a letra da lei e a fragilidade da nossa prática: o olhar de uma educadora com deficiência”.
Na fala, Luciliana da Silva destacou sua trajetória como professora alfabetizadora e gestora com deficiência, refletindo sobre os desafios da inclusão e a importância de acreditar no potencial de cada estudante. “Minha formação como professora começou no dia em que uma educadora subestimou minha capacidade de leitura. Desde então, tenho o compromisso de nunca subestimar meus alunos. A prática da inclusão começa pelo incentivo, pela escuta e pela sensibilidade em reconhecer as necessidades da comunidade escolar", afirmou.
Já representando a Trilha Formativa de Coordenadores Pedagógicos, a professora Nádia Lira, da Escola Municipal Celestino Pimentel, compartilhou os impactos do ProAlfa na rotina da escola. “O ProAlfa nos ajudou a repensar nosso planejamento. A partir do curso, desenvolvemos um formulário para acompanhar estudantes com faltas. Esse instrumento tem sido essencial para estabelecer o diálogo com as famílias e, quando necessário, acionar o Conselho Tutelar. Mais do que isso, passamos a refletir sobre a importância de tornar a escola um ambiente acolhedor, onde o estudante sinta prazer em aprender", refletiu.
A educadora reforçou ainda que, com o apoio do programa, a escola vem promovendo ações para tornar o espaço mais criativo e alegre. “Quando a criança aprende a ler, ela melhora em todas as outras disciplinas. Por isso, nossa prioridade é fazer da alfabetização um processo envolvente, que desperte o interesse pelo conhecimento desde os primeiros anos", ressaltou.
Também participaram dos relatos a professora Edi Carlos Santos de Araújo, da Escola Municipal Professora Mareci Gomes dos Santos, com a formadora Graça Silvestre (Trilha de 1º e 2º anos); e a professora Marlúcia Maria Dantas, da Escola Estadual Monsenhor Alfredo Pegado (Trilha de 3º ao 5º ano), sob orientação da formadora Conceição Tertuliano.