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Foto: Divulgação

Nesta segunda-feira (4), o Centro de Referência para a Criança e o Adolescente em Situação de Violência (Centro Abraçar) completou dois anos de funcionamento. O serviço, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde (SMS/Natal), é desenvolvido em parceria com a Secretaria Municipal de Igualdade Racial, Direitos Humanos e Diversidade (SEMIDH), Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP) e Polícia Civil. Referência no acolhimento de crianças e adolescentes vítimas de violência, abuso ou exploração sexual, o centro atua com foco na escuta protegida, atendimento interdisciplinar e prevenção da revitimização.

O Abraçar atende pessoas de 0 a 17 anos, 11 meses e 29 dias, de ambos os sexos, por demanda espontânea, e funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. O trabalho desenvolvido é pautado em uma abordagem humanizada e interdisciplinar, garantindo a integralidade do cuidado e o fortalecimento da rede de proteção à infância e juventude.

Durante o evento comemorativo, a secretária adjunta de Atenção Integral à Saúde (SAD/AIS), Sandra Raissa, destacou a importância da iniciativa.
“Hoje é um dia muito importante para nós que fazemos a Secretaria Municipal de Saúde. É uma alegria apoiar esse projeto, que se tornou referência no país e presta um serviço essencial à população. Isso demonstra, mais uma vez, o comprometimento da gestão do prefeito Paulinho Freire com a saúde e com as demandas sociais de Natal”, afirmou.

O procurador-geral de Justiça do MPRN, Manoel Onofre Neto, também participou da solenidade e ressaltou a relevância do trabalho realizado pelo centro. “O Abraçar tem uma importância decisiva na garantia de cidadania a crianças e adolescentes. Investir e fortalecer esse serviço é investir em dignidade e direitos”, afirmou.

A promotora de Justiça de Defesa da Saúde Pública do RN, Elaine Cardoso, relembrou a inauguração do serviço e enfatizou seu impacto.
“Estive presente na inauguração do Abraçar, que representa uma salvaguarda potente dos direitos da infância e da juventude. Crianças e adolescentes vítimas de violência sexual têm aqui uma referência nacional. O cuidado oferecido em diversas áreas garante acolhimento imediato, avaliação adequada e apoio contínuo, contribuindo para o enfrentamento do trauma e a responsabilização dos agressores”, comentou.

De agosto a dezembro de 2023, primeiro ano de funcionamento do serviço, foram realizados 44 atendimentos. Em 2024, esse número subiu para 169. Já em 2025, até o mês de junho, o centro contabilizou 105 acolhimentos. Cerca de 49% dos casos envolvem crianças de até 7 anos de idade, majoritariamente do sexo feminino, sendo a maioria das situações ocorridas dentro do próprio lar e envolvendo agressores conhecidos da vítima.

A diretora do Centro Abraçar, Frankyleide Santana Gomes, reforçou que o serviço oferece atendimento médico, de enfermagem, psicológico e de assistência social, tudo em um mesmo local. “O acolhimento único evita a peregrinação das crianças pela rede, impedindo que elas tenham que relatar o ocorrido várias vezes para diferentes órgãos, o que pode gerar revitimização. Além disso, em breve, iremos para uma nova sede e ampliaremos nosso escopo de atuação, passando a acolher também outras formas de violência, não apenas as de cunho sexual”, adiantou.

O centro realiza também o monitoramento dos casos atendidos, acompanhando cada criança por até um ano após o acolhimento. “Esse monitoramento inclui a verificação da frequência escolar, acompanhamento psicológico, possíveis efeitos colaterais de medicações, e o acompanhamento pela rede de proteção. Recebemos também informações do Ministério Público sobre o andamento judicial dos casos, além do suporte dos serviços de assistência social, como CREAS, CRAS e o Conselho Tutelar”, explicou Frankyleide.

Para mais informações, o contato pode ser feito por meio do e-mail abracarnatal@gmail.com ou pelo telefone (84) 3202-8253.