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Foto: Manoel Barbosa /SME

A terceira noite do 31º Encontro de Corais da Cidade do Natal e do 23º Encontro Nacional de Coros em Natal (Enconat), realizada no Centro Municipal de Referência em Educação Aluízio Alves (Cemure), reuniu 11 grupos vocais e contou com a presença de representantes da Secretaria Municipal de Educação de Natal. Estiveram na plateia o secretário adjunto de Administração Geral, Lucas Bento da Silva, e o chefe do Setor de Alimentação Escolar, Murillo Victor Alves da Nóbrega, que acompanharam as apresentações.

Participaram desta edição os corais Vivendo o Canto, Terceira Voz, Vozes do Coração, Saúde em Canto, Coral MGM Sindsaúde, Coral Música aos Corações, Coral do TRE/RN, Coral Cantorias da Paróquia São Francisco de Assis, Madrigal da UFRN (todos de Natal) e o Coral Infantojuvenil da Semuc (Parnamirim/RN).

Entre os grupos, ganhou destaque o Coral Vivendo o Canto, criado em 2016 para promover a técnica vocal entre estudantes do projeto Esperança Viva, da Escola de Música da UFRN. Desde 2018, o coral tornou-se uma iniciativa inclusiva, reunindo pessoas com deficiência visual e coralistas videntes. A ação integra o conjunto de projetos de extensão universitária que articulam ensino, pesquisa, cultura e inclusão.

Francisco de Assis Teodoro Dalvino, de 54 anos, integrante do Vivendo o Canto, participa do Enconat “há um bom tempo” e classifica o evento como um momento especial do calendário. Com deficiência visual desde o nascimento, ele destaca o impacto transformador do projeto: “Para mim é uma honra. Gosto muito de fazer parte desse momento, que é muito gratificante. Sinto-me feliz, principalmente por ser incluído na sociedade. O coral Vivendo o Canto tem pessoas com deficiência visual e também pessoas videntes. É um coral que acolhe todos e existe para ampliar nossos conhecimentos musicais, organizados pela professora Cláudia Roberta Cunha.”

Outro destaque da noite foi o Madrigal da UFRN, criado em 1966 e reconhecido como o mais antigo grupo vocal em atividade contínua no Rio Grande do Norte. Com 59 anos de existência, o projeto reúne membros da comunidade acadêmica e da sociedade em geral, dedicados à formação técnica e artística e à produção musical. Ao longo de sua trajetória, o Madrigal acumula apresentações no Brasil e no exterior.

O coralista José Leal Soares da Silva, 82 anos, relatou sua longa vivência no canto coral. “Participo de corais desde os 17 anos. Fiz bacharelado em canto e curso técnico em regência na Escola de Música. Já passei pelo Madrigal antes da pandemia, entre 2018 e 2019, e retornei em 2024. Creio que participo do Enconat desde o início, inclusive com o coral da Petrobras, onde atuei por vários anos”, declarou.

A plateia também recebeu turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) das escolas municipais Estudante Emmanuel Bezerra e Celestino Pimentel. Iara da Silva, aluna da Escola Municipal Estudante Emmanuel Bezerra, no Planalto, descreveu o impacto da vivência: “É a primeira vez que participo e estou achando tudo muito interessante. As apresentações e a recepção são maravilhosas. Gosto bastante de música e a apresentação do coral das crianças me impressionou bastante”, afirmou.

Já o aluno Cícero Ricardo, da Escola Municipal Celestino Pimentel, localizada na Cidade da Esperança, também destacou a emoção da participação. “É a minha primeira vez assistindo. As apresentações são muito bonitas. Agradeço à escola por nos convidar. Sou músico nas horas vagas e, lá na escola, temos uma bandinha que toca vários estilos. Atualmente estamos montando um repertório de pagode”, concluiu.

A terceira noite do Enconat reforçou o caráter inclusivo, educativo e cultural do evento, reunindo diferentes gerações, estilos e experiências musicais em uma programação marcada pela diversidade e pela valorização do canto coral no município.