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Núcleo da UFRN guarda maior acervo do Norte e do Nordeste sobre a seca

2013-11-14 15:17:00


"Não restará uma única joia na Coroa, mas nenhum nordestino morrerá de fome", afirmou o imperador Dom Pedro II no século XIX. A frase foi cunhada após o período que ficou conhecido como “A Grande Seca” (1877- 1879), responsável pela morte de 600 mil pessoas no Nordeste do Brasil. A declaração do imperador, no entanto, não seria suficiente para resolver o problema em anos futuros.

 

Com relatos desde o século XVI, o fenômeno continua atingindo a região: em 2013, a estiagem foi considerada a pior dos últimos 50 anos, gerando estragos na economia do país e na vida de milhares de pessoas.

 

Apesar da problemática ter um desdobramento em áreas sociais, econômicas e políticas, “o tema é pouco estudado”, ressalta a diretora do Núcleo Temático da Seca e do Semiárido (NUT-Seca), Mônica Marques Carvalho, que coordena o setor desde 2007, com o auxílio da vice-diretora Renata Passos Filgueira de Carvalho.

 

Criado em 1992, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o NUT-Seca foi uma iniciativa pioneira no Nordeste e reúne características de biblioteca, de acervo e de museu, além de trabalhar com arquivos tridimensionais e digitalização de informações.

 

Mônica Carvalho explica que praticamente inexistem centros de documentação em universidades federais que se dediquem a disseminar e guardar informação sobre a temática. “Nós somos um dos poucos núcleos que se dedicam ao tema no país. O impacto é muito positivo para o Rio Grande do Norte porque nós promovemos a socialização de informações sobre a seca e isso pode gerar ideias mais bem elaboradas para combater o problema”, analisa.

 

As pesquisas que deram origem ao Núcleo começaram a ser realizadas na década de 1980. Após mais de trinta anos de coleta e produção de dados, hoje o NUT-Seca possui o maior acervo do Norte e do Nordeste sobre seca, semiárido e assuntos afins.


Digitalização

Localizado no Centro de Convivência do campus central da UFRN, o Núcleo é um local de consulta para estudantes, pesquisadores e interessados no tema. “Todo o acervo fica disponível para o público”, informa a diretora.

 

Para ampliar o acesso, o material está sendo digitalizado. O processo teve início em 2007, quando foi criado o laboratório de Tecnologia da Informação do Núcleo, após parceria com a Agência Brasileira de Inovação (FINEP). Cerca de 30% de todo o acervo já está disponível para pesquisa online no site do NUT-Seca (www.nutseca.ufrn.br).

 

Dois projetos receberam financiamento do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), um deles sobre a Carnaúba, árvore característica do semiárido. O BNB identificou que o NUT-Seca possui o maior arquivo do país sobre a planta e, há um ano, o Núcleo organiza e digitaliza informações específicas sobre a árvore. “Foi um reconhecimento importante para a UFRN e, em breve, todo o material referente à Carnaúba estará disponível em nosso site”, explica Mônica Carvalho.

 

A digitalização do acervo é realizada de forma especial: a equipe trabalha com a “indexação” das palavras, método que facilita a recuperação de dados no futuro. "É um trabalho mais minucioso”, destaca a diretora.

 

Acervo

Pioneira na região em formar um centro de documentação sobre a seca, a UFRN possui um arquivo diversificado. São livros, artigos de periódicos, fotografias, dissertações, DVDs, fitas cassete, fitas de vídeo, mapas, cera e papel de Carnaúba e uma coleção de peixes da Lagoa do Piató, localizada no Vale do Assu.

 

Além dos dados sobre a seca no Brasil e no Rio Grande do Norte, há uma seção sobre estudiosos do tema e outra com tudo o que é publicado na mídia sobre o assunto. “A Hemeroteca da Seca mostra um panorama nacional e internacional”, explica o pesquisador do Núcleo,Márcio Carvalho de Brito.

 

O NUT-Seca está aberto das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira. Não é necessário agendar a ida ao local, mas quem quiser adiantar a pesquisa pode ligar antes da visita para o número (84) 3215-3462, indicando o tema de interesse para que a equipe separe o material antecipadamente. O arquivo físico pode ser copiado e quem utilizar o acervo digital pode guardar as informações em dispositivos móveis.

Fonte: Agecom UFRN

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